Outros tempos

"O maior defeito dos livros novos é impedir a leitura dos antigos." (Joseph Joubert)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Bartolomeu Marinheiro

Bartolomeu Marinheiro : versos / Afonso Lopes Vieira ; decorações de João Carlos

AUTOR(ES): Vieira, Afonso Lopes, 1878-1946; Carlos, João, 1935-1960, il.
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Bertrand, 1955

Afonso Lopes Vieira

Afonso Lopes Vieira (1878-1946) nasceu em Leiria, indo viver para Lisboa com a família. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, exercendo funções de redactor da Câmara dos Deputados. Repartia o seu tempo entre Lisboa e S. Pedro de Moel, Leiria – no Inverno em Lisboa, nos meses mais aprazíveis em S. Pedro – , onde recebia vários amigos, também escritores. Viajou por Espanha, França, Itália, Bélgica, norte de África e Brasil. Esteve ligado à Renascença Portuguesa, sendo um dos principais representantes do Neogarrettismo. A Biblioteca Municipal de Leiria, designada como Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, teve a sua origem na doação do espólio e livraria privada do escritor à cidade natal.



Algumas das suas obras: Para quê? (1897), Náufragos, Versos Lusitanos (1898), O Meu Adeus (1900), O Encoberto (1905), Canções do Vento e do Sol (1911), Animais, Nossos Amigos (1911; ilustrações de Raul Lino), Bartolomeu Marinheiro (1912; ilustrações de Raul Lino), Arte Portuguesa (1916), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922), Onde a Terra Acaba e o Mar Começa (1940), etc.


Afonso Lopes Vieira. Projecto Vercial. [Em linha][Consult. em 5-01-2010]. Disponível em http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/lvieira.htm


João Carlos Celestino Gomes, nascido em Ìlhavo em 5 de Outubro de 1899, foi ilustrador, pintor, escritor de novelas, poeta e médico. Na qualidade de poeta e escritor assinava João Carlos; como desenhador e pintor, Celestino Gomes.

Dá os primeiros sinais do seu talento quando, aos 12 anos de idade, como aluno do liceu José Estevão em Aveiro, cria, redige e ilustra o jornal da sua turma. Aos 15 já trabalha profissionalmente no jornal ilhavense O Nauta, sob o pseudónimo Carlos Doherty. No ano seguinte, aos 16, escreve, encena e representa a peça In Hoc Signo, no Teatro da Vista Alegre, contracenando com colegas seus de liceu. Faz a sua primeira exposição em 1917 no Clube dos Novos, exibindo sobretudo retratos.
Enquanto prossegue os seus estudos de medicina no Porto, funda duas publicações: a revista literária Humus, e na sua terra natal é fundador e director do jornal Beira-Mar. É também co-fundador da agremiação cultural Pléiade Ilhavense. Dá-se com alguns dos grandes artistas da sua época, nomeadamente com o pintor retratista Henrique Medina.
Aprofunda os seus conhecimentos de técnicas como a xilogravura, a pintura a guache, aguarela e a óleo. Seguindo esta última técnica, realiza grandes telas como Retrato da Mulher do Artista, A Promessa, e Auto-Retrato.
É em 1927 que termina o seu curso de medicina, com a tese A Fisionomia da Morte. Inicia a sua carreira de médico primeiro como médico municipal de Aldeia Galega, indo depois para Montijo, Santarém, e finalmente Lisboa.
Ilustra várias obras de educação sanitária, e notabiliza-se na luta contra as doenças pulmonares, causa a que nunca deixa de se dedicar ao longo da sua vida.
Em 1935 realiza uma grande mostra dos seus trabalhos na Casa de Portugal, em Paris.
Em 1940 faz ilustrações para obras de seus amigos, como As Cantigas de Toy, de António Homem de Mello; e Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa, de Afonso Lopes Vieira, que considerava essa capa a sua favorita pessoal. Em 1941, durante umas férias na casa de praia de seu amigo António Madureira, faz o desenho a lápis Varina, tendo a sua mulher como modelo. Em 1942 faz 14 nanquins para Os Caminhos de Sangue. Ao longo da década de 40 faz várias ilustrações para livros de medicina, bem como nanquins/guaches artísticos, tais como S. João Baptista, Banho de Sol (1941), Noiva ao Espelho (1947), Severa (1943) entre outros.
Em 1946 escreve aquele vem a ser o seu último romance: A Estrada de Fogo. Daí em diante dedica-se a livros de medicina, tais como Esta Vida são Dois Dias/Conselhos para a Poupar (1949), O Homem Quer Viver Mais (1950), A Doença e os Doentes (1956), etc. É em 1949 que dá início à sua actividade como colaborador permanente no Diário de Notícias com a rubrica É Bom Poupar a Saúde, e em 1958 na R.T.P. com o Haja Saúde.
Escreve as suas memórias, Borda da Água, e ao longo da década de 50 prossegue a sua carreira de pintor, com telas de grandes dimensões, como A Ceia (1951) que adorna o refeitório do Seminário dos Olivais. Realiza 3 grandes exposições no S.N.I., na Galeria Babel em Lisboa, e no Coliseu do Porto.
No ano da sua morte, 1960, criou os nanquins D. João II, A Raposa Matreira, A Companheira, e O Gladiador Vencido. Exprime como último desejo ser enterrado na sua terra de origem. Esta homenageou-o dando o seu nome à Escola Secundária, que passou a chamar-se Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes.


João Carlos Celestino Gomes. Em linha.[Consult. em 5-01-2010]. Disponível em http://artistasportugueses.blogspot.com/2009/03/joao-carlos-celestino-gomes-1899-1960.html

Sem comentários:

Enviar um comentário